sábado, 30 de agosto de 2008

PRAXE - Democracia ou Tirania


A tradição académica como processo democrático (ou não)... Muita gente acusa a tradição académica de não ser um processo democrático, estão bem enganados, pois de facto é mais do que isso. Como agregação de pessoas que comungam dum mesmo espírito, é no seio desse mesmo grupo que emergem os mais capazes como líderes. Esses mesmos depois irão ser recrutados, como bem sabemos para outras estruturas, e muitas vezes renegam as suas raízes e quem os “criou” e ajudou a descobrir e desenvolver as suas capacidades inatas como líderes. De facto, numa sociedade que reprime o individuo a nível intelectual, com uma "igualdade" diminuidora e sufocante, é um oásis que se chama tradição académica que permite, sob o manto da igualdade transversal, atingir uma evolução vertical com o objectivo da preservação de valores e costumes intemporais. Quanto à democraticidade do processo, fica aqui para os mais elucidados quanto à origem e criação deste conceito dois valores fundamentais, entretanto esquecidos na sociedade actual, mas importantes para a pureza do seu funcionamento. O primeiro é o reconhecimento a todo o tempo do valor e capacidade do líder, como sabemos isso não acontece no mundo em que vivemos, mas sim na tradição académica, pois só se segue quem se acha que tem valor e esse tem de ser constantemente comprovado sob pena de se dissolver instantaneamente. Segundo e mais importante é o conceito de ostracismo. Pois bem essa palavra tem sido utilizada de forma errónea, senão vejamos a sua origem. Na Grécia antiga, pátria da democracia existiam vários processos eleitorais para a nomeação pelo voto do povo para vários cargos e posições. Pois bem quem coloca num lugar também o retira de lá, assim sendo havia um processo eleitoral o ostracismo que visava a destituição através do sufrágio universal e consequente expulsão durante um determinado período de tempo. Na tradição académica o processo é mais refinado, sendo em todo um conjunto de regras adoptadas por livre vontade, até o ostracismo é um acto voluntário, quem não quer não participa em nada!
Daí ser justo aplicar-se a regra ancestral (com origem na Grécia antiga) do afastamento em todas as actividades da comunidade.
Lembrem-se os mais distraídos, a Tradição Académica (e a Praxe) foram criadas POR pessoas inteligentes PARA pessoas inteligentes. Em caso de dúvida há que saber, ou procurar saber a origem das coisas.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

PRAXE - Generalidades


Agora irei falar um pouco em termos genéricos. O que é a Praxe? É algo estranho de definir, só passando por ela é que se pode saber. Nos "velhos tempos" era mais ritualístico, um pouco mais sério, apesar de haver “borga”. Se não for seguido duma forma ritualística e com alguns preceitos e ordem, passa a ser “javardice” e é esta a praxe que se vê hoje um pouco por todo o lado, até na rua. A Praxe é um conjunto de vivências e regras aplicáveis entre estudantes, não é para todos, e esse tem sido o problema. Não se trata dos conteúdos mais ou menos brejeiros mas sim dos que os ouvem. Para os detratores ficam aqui algumas questões: Se se trata dum ritual medieval retrógrado então que se acabe com as togas dos juízes e com os rituais "medievais" dos tribunais, se se trata de humilhação então que se acabe com as "brincadeiras" nos diversos locais de trabalho, se se trata de promover os que chumbam e uma hierarquia obsoleta que se acabe com todo o tipo de hierarquias existentes baseadas na experiência, se se trata duma forma de humilhação e redução das liberdades do homem então que se acabe com as humilhações e tratamentos redutores que vivem, por exemplo, nas faculdades por parte de alguns (muitos) professores...
A Praxe na sua essência é um sub-conjunto social de não alinhados com convenções desumanizantes, tal como vemos hoje em dia na sociedade. A igualdade que vemos hoje não passa duma descaracterização do indivíduo em prole duma sociedade de consumo em que o que dita as regras não são os comportamentos e visões de sociedade com poder histórico e cultural, mas sim de grupos e sub-grupos emergentes com poder económico. A Praxe de facto é um oposto da sociedade em todos os valores que defende e revê-se em inúmeros exemplos de comportamentos instituídos.
Outra questão importante: O CÓDIGO DA PRAXE... Para todos os super-hiper-dotados, que decoram, decorar o Código da Praxe não os prepara de todo para exercer Praxe. Será que alguém que nunca conduziu um carro, pelo simples facto de ter decorado o código da estrada, o tornará um excelente condutor?... Ou alguém com os conhecimentos básicos do comportamento na estrada e com prática, mas que tenha consciência de tirar dúvidas sempre que apareçam não será um melhor condutor? Vivam, praxem, sejam praxados, mas acima de tudo divirtam-se esse é o objectivo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Imposição de Insígnias

Sendo a Cerimónia de Imposição de Insígnias um ritual de Promoção e Reconhecimento, este só pode ser executado por um superior hierarquico que tenha passado por esse momento especial, como é obvio. É por isso que os que irão receber as Fitas (futuros fitados), para o comum dos mortais - os finalistas, só poderão receber a Insígnia por alguém que reconheça devidamente esse mérito. E o único que o pode fazer é o seu Mestre (Professor) e mais ninguém. Houve uma abertura num passado recente aos Pais, pois bem esta abertura deveu-se à explosão demográfica dos que aderiram aos Rituais Praxísticos. Digo isto com a plena convicção do conhecimento de causa pela experiência e práctica que tenho, com efeito, houve um aumento dos que acham a "Imposição de Insígnias" um espectáculo giro...
Mas não é. É um momento solene em que a comunidade que gira em volta dos estudantes se reune para reconhecer o momento em que o aluno está prestes a passar para o mundo dos profissionais. Este passo é marcante ao ponto de haver uma comunhão entre todos Estudantes, Pais e Professores. Mas não deixa de estar inserida num conjunto de vivências e tradições que obedecem a regras rígidas e sob a alçada e responsabilidade de netidades próprias (conselhos de veteranos). Tudo o que estará além disto é mero folclore!