A tradição académica como processo democrático (ou não)... Muita
gente acusa a tradição académica de não ser um processo democrático, estão bem
enganados, pois de facto é mais do que isso. Como agregação de pessoas que
comungam dum mesmo espírito, é no seio desse mesmo grupo que emergem os mais
capazes como líderes. Esses mesmos depois irão ser recrutados, como bem sabemos
para outras estruturas, e muitas vezes renegam as suas raízes e quem os “criou”
e ajudou a descobrir e desenvolver as suas capacidades inatas como líderes. De
facto, numa sociedade que reprime o individuo a nível intelectual, com uma
"igualdade" diminuidora e sufocante, é um oásis que se chama tradição
académica que permite, sob o manto da igualdade transversal, atingir uma
evolução vertical com o objectivo da preservação de valores e costumes
intemporais. Quanto à democraticidade do processo, fica aqui para os mais
elucidados quanto à origem e criação deste conceito dois valores fundamentais,
entretanto esquecidos na sociedade actual, mas importantes para a pureza do seu
funcionamento. O primeiro é o reconhecimento a todo o tempo do valor e
capacidade do líder, como sabemos isso não acontece no mundo em que vivemos,
mas sim na tradição académica, pois só se segue quem se acha que tem valor e
esse tem de ser constantemente comprovado sob pena de se dissolver instantaneamente.
Segundo e mais importante é o conceito de ostracismo. Pois bem essa palavra tem
sido utilizada de forma errónea, senão vejamos a sua origem. Na Grécia antiga,
pátria da democracia existiam vários processos eleitorais para a nomeação pelo
voto do povo para vários cargos e posições. Pois bem quem coloca num lugar
também o retira de lá, assim sendo havia um processo eleitoral o ostracismo que
visava a destituição através do sufrágio universal e consequente expulsão
durante um determinado período de tempo. Na tradição académica o processo é
mais refinado, sendo em todo um conjunto de regras adoptadas por livre vontade,
até o ostracismo é um acto voluntário, quem não quer não participa em nada!
Daí ser justo
aplicar-se a regra ancestral (com origem na Grécia antiga) do afastamento em
todas as actividades da comunidade.
Lembrem-se os mais
distraídos, a Tradição Académica (e a Praxe) foram criadas POR pessoas
inteligentes PARA pessoas inteligentes. Em caso de dúvida há que saber, ou
procurar saber a origem das coisas.
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