Após uma intensa e profunda reflexão, tendo em conta o evoluir do "status quo" da Tradição Académica em Portugal e em particular no Porto (a que eu conheço e na qual participei e vou participando), decidi criar este espaço.
Não tendo a prepotência de me assumir como um detentor da verdade absoluta nesta matéria, apenas quero deixar o meu contributo, desta forma sobre a minha experiência e a minha visão muito particular desta "estranha forma de viver".
Entrei para este mundo no ano em que a auto estrada Porto-Lisboa (sim, PORTO-Lisboa ficou completa), no ano em que Portugal se sagrou campeão do mundo de futebol sub-21 em Lisboa, no ano em que foi inaugurada a ponte S. joão, enfim um ano rico em acontecimento de relevância histórica.
Nessa altura ao entrarmos para a Faculdade ouvíamos falar de "maldades" que se faziam ao novos alunos... E eu entrei para uma Instituição de ensino superior designada por Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), que mais tarde iria adoptar como "segunda" (primeira) pátria, ENGENHARIA.
Chamar-lhe pátria é de facto o "sentimento" que me ocorre após ter efectuado uma "recruta" com uma forte tendência militarista (explicarei isso mais tarde), que me incutiu este sentir e forma de estar e viver chamada Praxe.
Fui iniciado e integrado neste mundo como CALOIRO, termo estranho, que conforme vivi, é o principiar do conhecimento, a base da pirâmde...
Aí aprendi, não, relembrei um conjunto de valores, atitudes e posturas que embora fossem inatas, estavam algo adormecidas:
- HONRA, LEALDADE, RESPEITO, CORAGEM, BENEVOLÊNCIA e RESPEITO PELO MAIS VELHOS.
Tal como disse este valores são inatos, de tal forma que são transversais a todas as culturas e encontram-se até no mundo animal!
A juntar a este valores, o cultivar dum forte espírito corporativo baseado numa hierarquia rígida com um conjunto de regras comportamentais baseadas em em tradições milenares (tal como este País a beira mar plantado). É aqui que entra a perpectiva militarista, com um forte componente de cavalaria e cavalheiresca.
A componente de cavalaria revê-se nos valores acima mencionados, bem como na prática do juramento de cavalaria que teve origem em S. Maurício, um legionário romano, pertencente à Legião de Tebas. Este Legionário deu origem ao Código de Cavalaria, após uma campanha punitiva na Gália Romana contra os barbaros, em que estes foram chacinados, ele ter verificado que se tratavam de cristãos. Após o massacre o imperador Maximiano ordenou que lhe deveriam fazer um juramento de lealdade enquanto divindade viva e ao mesmo tempo que se devia jurar ajudar à extirpação do cristianismo. Alarmados ante as ordens, cada um dos elementes da Legião Tebana recusou de maneira absoluta a tomar os juramentos. Isto enfureceu de tal modo Maximiano que este ordenou que toda a legião fosse dizimada, isto é, que se selecionasse um em cada dez homens, e estes fossem mortos à espada. Perante este cenário e mediante a recusa em obedecer Maximiano ordenou uma segunda dizimação que em nada alterou a crença dos legionários e deu origem ao juramento "juro servir primeiro ao meu Deus, depois ao meu Rei e por fim defender e proteger o oprimidos e os fracos" que passou a ser o pilar da cavalaria. Diz a lenda que S. Maurício possuia a lança que perfurou o peito de Cristo durante a crucificação (chamada lança do destino), que é visto por alguns como um acto de misericórdia e por outros como o culminar do "assassinio" de Cristo. Eu pessoalmente sou apologista do acto de misericórdia, visto que era practica comum na altura, quando alguém era crucificado, partirem as pernas com um martelo em madeira de modo a provocar a asfixia do condenado para terminar com a sua agonia.
Aqui podemos ver a estreita relação entre a Tradição Cavaleiresca e a Religião Cristã, que foi herdada pela Tradição Académica.
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