Até parece mentira, mas como não há coincidências, ou melhor
existe uma cadeia de acontecimentos que se vão proporcionando duma forma
desconcertante, fomos novamente presenteados por mais um "debate" num
canal de televisão.
Que são os
protagonistas, o único que falou com conhecimento de causa foi o ex-bastonário
da ordem dos advogados, o Dr Rogério Alves, que protagonizou alguns momentos de
perspectiva imparcial tão inabitual que me deixou perplexo e num estado de
estupefacção desconcertante. Com efeito, e recorrendo à sua retórica jurídica
devidamente fundamentada, conseguiu transpôr uma visão de quem viveu de perto e
por dentro o processo, tendo no entanto a presença de espírito para expôr essa
visão duma forma saudável e clara. Posto isto, é triste chegar à conclusão que
a minha posição (já aqui exposta) saiu reforçada, ou seja, os rituais de
iniciação na Praxe devem voltar a serem o que devem ser. A "praxe" ao
caloiro deve voltar a ser protegida de olhares indiscretos e desconhecedores. A
perspectiva de um acto executado reflecte a personalidade intrínseca do
indivíduo. Assim para quem acha que "estar de quatro" é um acto de
humilhação é porque assim entende este acto, que aos olhos dum praxista não é
mais do que um acto de HUMILDADE. Temos exemplos de actos de humildade noutros
processos ritualísticos, em algumas religiões o acesso a alguns templos ou
partes de templos obriga a curvar-mo-nos para poder entrar, isso não é mais que
forçar a postura de humildade. Tendo eu sido criado como cristão-católico,
foi-me ensinado que ao entrar numa igreja deveria voltar-me para o altar e
fazer uma vénia antes de fazer o sinal da cruz...
O grande problema
actualmente reside na total descaracterização socio cultural que tem levado ao
"abate" sistemático de valores à luz duma evolução intelectual que
apenas serve para o aniquilar da individualidade e da expressão desta mesma,
para abraçar um conjunto de estereótipos de origem duvidosa.
Então podemos assistir
a um debate onde entram pessoas que nunca participaram em praxes e cujo
conhecimento do fenómeno se deve a boatos e à visualização de comportamentos
desviantes que fazem corar de vergonha qualquer pessoa cuja formação pessoal se
poderá considerar como decente. Numa sociedade onde o crime é lei, onde vemos a
riqueza do país (cultural, histórica, natural e económica) ser delapidada por
uma pseudo-elite, a Praxe é tratada como um fenómeno social a ser extinto
quanto antes. A todos os que têm lido este meio de comunicação e que tenham uma
voz que poderá chegar ao universo praxístico fica o meu apelo: Façam o impossível
para cortar os cancros que minam o nosso reino espiritual.
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